O casamento
Não pude assistir ao vivo o jogo entre Vasco e CRB, no sábado, por causa do casamento de um casal de amigos – ele vascaíno -, onde fui padrinho. É o tipo de evento que final nenhuma de Copa do Mundo é capaz de te fazer perder.
É o tipo de vitória que não tem replay, é jogo único. Futebol tem reprise.
Acompanhei o VT já sabendo do resultado e com a certeza de que nada havia mudado com relação aos últimos jogos. Fato que se confirmou após o apito final de Vasco 1×2 CRB.
Ao contrário do meu amigo, esse Vasco não casa. Nem em campo, muito menos com a arquibancada.
Não há mais cumplicidade ou companheirismo. Não se nota mais o esforço em querer o bem coletivo, apenas o individual. Aquele brilho no olhar apagou.
Não existe amor em SP, diz Criolo. Nem em SJ, eu completaria.
Se jogar o buquê não fica um. Queima mais que a bola nos pés de alguns. Ou todos.
Desorganizado – como uma cerimonialista ruim – parece que não ensaia. Tudo é feito meio ao acaso, contando que as coisas aconteçam naturalmente. Mas falta qualidade até pra isso. Troca passes sem qualquer aliança, se lança sem nenhuma intimidade e tabela sem ao menos alguma afinidade.
A verdade é que o clube força uma relação que já não vem dando certo há algum tempo e não dá sinais de que irá melhorar. Pelo contrário, o que se anuncia é uma tragédia.
O Vasco, hoje, olha nos olhos do torcedor e diz que ama. Ele, porém, machucado, já não acredita mais. E com razão.
O time de Jorginho está divorciado do bom futebol, de sua história e, consequentemente, de seus torcedores. E correndo o risco de ficar longe de sua grande paixão por mais um ano… A Série A.