Números detalham a fragilidade tática do Vasco
Quem deveria marcar, está criando. E quem deveria estar criando, não está ajudando a marcar. Estes, e tantos outros erros táticos – principalmente – e técnicos, colocam o Vasco na situação que se encontra hoje, na penúltima colocação do Campeonato Brasileiro com apenas 13 pontos conquistados. E os números não negam.
Ao puxarmos as estatísticas gerais do time na competição, ficam nítidas algumas características da equipe que não tem ajudado em seu desempenho. Por exemplo, dos seis primeiros jogadores que mais dão passes nas partidas, todos são de defesa. Guiñazu, com 717 toques, é disparado quem mais acerta. Ou seja, a bola passa mais tempo circulando nos pés dos volantes, zagueiros e laterais, do que entre os meias de criação e atacantes.
Como comparação, no Corinthians, Jadson e Renato Augusto, dois meias, são os que mais se destacam neste fundamento. No Atlético-MG, líder do Brasileirão, o também meia Giovanni Augusto aparece na 3º posição neste quesito. Já no Grêmio, terceiro colocado, Maicon, Giuliano e Luan aparecem entre os cinco primeiros.
Os números são simples de serem analisados. Quando o Vasco tem a bola, seus homens de criação pouco participam, sobrecarregando o setor defensivo que, além de marcar, ainda precisa sair para jogar e trabalhar a bola. Não à toa o ataque é o pior da competição e a defesa a mais vazada, já que o esquema obriga os defensores a subirem, criando espaços para o contra-ataque.
Tamanha é a dificuldade de seus meias criarem, que são os dois laterais vascaínos os responsáveis pela grande maioria de assistências para finalização. Madson e Christianno superam Dagoberto, Andrezinho e Jhon Cley, o que também explica as frequentes jogadas nas costas dos dois. Sobem, mas não voltam.
Com problemas para criar, fica ainda mais difícil para os homens de frente concluírem. Neste Brasileiro, apenas Riascos, entre os atacantes, estufou as redes. Porém, é Gilberto, que já deixou o clube, o líder no número de conclusões certas ao gol. Para piorar, o zagueiro Rodrigo vem na segunda posição, o que evidencia ainda mais a fragilidade ofensiva da equipe.
O ataque do Vasco precisa ser mais participativo. Não adianta trazer nomes conhecidos, como Nenê, Jorge Henrique, Andrezinho, Herrera e Dagoberto, se quem vai armar é Serginho, Guiñazu e Madson. Não dá para fazer milagre sem a bola. Cabe a Roth fazê-los jogar, não apenas coloca-los em campo.