Não era para ser Expresso
Não era para igualar o Expresso.
Tinha que ser 34, não 35. Para que não ousassem comparar 2016 com 45/46. Corria o risco dos números tamparem a história. Ou ao menos a distorcerem. É melhor deixar como está. Mas que não ignorem o feito. Nem de um e nem de outro.
O Expresso será eternamente uma meta a ser atingida, não uma marca batida. Por tudo, não somente pela invencibilidade.
Depois de mais de sete meses, o Vasco voltou a perder. Para si mesmo, principalmente. Foi derrotado pelos próprios erros, o que não tira os méritos do Atlético Goianiense. Afinal, errar menos também qualidade. E o time de Jorginho errou demais.
A bola só dá quina quando o placar se torna sina. Chute torto ninguém assina. Nem ensina. Mas tem dia que a fita rebobina. E zera. O Vasco zerou. Mas não apagou o que criou.
Sem Nenê, ficou difícil o recorde, mas a série é para recordar. Oficialmente é a maior. Pelo o que se esperava antes do time, é imensa. Superior até aos números.
Foram mais de 200 dias, com 25 vitórias, 8 clássicos e jogos contra os campeões de Brasileiro, Copa do Brasil, Primeira Liga e Paulista. Só não venceu o campeão carioca porque era ele próprio, dos dois últimos anos. Marcou 57 gols e sofreu apenas 19.
A derrota era tão certa quanto a morte. Tão forte que aperta. O peito. De orgulho, apesar de tudo. Poderia ter sido um pouco mais. Mas tinha tudo para ser bem menos.
Todo mundo quer viver um dia a mais. Um acréscimo maior. Um gol salvador aos 48. Um jogo a mais de invencibilidade. Um choro a mais de felicidade. Mas tudo tem um fim.
A sequência agora é página virada, história a ser lembrada. E, se possível, repetida. Mas para isso era necessário uma nova página em branco. O primeiro livro de Nenê e companhia está encerrado. O Vasco agora inicia uma nova história.