Momento do Vasco deveria ser de dispensas, não de novas contratações
Entramos em setembro, com o turno final do Campeonato Brasileiro já em andamento, e o Vasco segue no mercado como se fosse pré-temporada. Falta de planejamento e desespero se fundem numa política arcaica de ver o futebol: como um balcão de negócios, onde vence quem compra mais, não melhor.
Para cada vergonha do time em campo, uma nova contratação. Para cada reforço anunciado, uma nova decepção. E o ciclo de erros vascaínos parece não ter fim.
A diretoria cruz-maltina parece aquele pai que falta a festinha de encerramento da escola, perde a apresentação do filho, chega atrasado para pegar o garoto, deixa ele por horas sozinho esperando, e acha que ao comprar um sorvete para ele no fim de semana apagará todo o descaso dos outros dias. Não é assim.
Contratar sem o menor pudor ou planejamento podem não apenas afundar mais o clube este ano, como causar novos prejuízos para as próximas temporadas. O clube deveria estar fazendo a limpa em seu inchado e improdutivo elenco, não aumentando ele.
O navio está afundando e o Vasco ainda está vendendo passagens, ao invés de tentar tirar água da proa. Tá faltando colete salva-vidas e ainda tem gente embarcando.
Ninguém vai chegar para operar milagre em São Januário. Nem o próprio Januário. Ou o italiano Gennaro. Muito menos o holandês Emanuelson. Quem dirá o brasiliense Jéferson.
Continuar lutando para sair dessa situação é o mínimo que o torcedor espera, ainda que pareça impossível. Mas colocar em jogo também as próximas temporadas, estourando seu orçamento e criando dívidas – em valores ou favores – com empresários e atletas, é piorar ainda mais a já complicada situação.
Já passou da hora do Vasco – sua diretoria – encarar a realidade com pés no chão e não cabeça na lua.