A vitória amarga
Os duelos sul-americanos são tradicionalmente duros, brigados. Muitas vezes parecem uma guerra entrincheirada quase que sem lei. Vasco x LDU, entretanto, não foi. Foi aberto, com espaços, franco.
Duelo de um Vasco que variava entre ataques em triangulações com Thiago Galhardo e Ramon pela esquerda e as infiltrações de Pikachu pela direita. No centro, porém, Giovanni Augusto não se encontrou. Contra uma LDU que confiava na força de Anangonó e a velocidade de Anderson Julio. E assustou sempre que chegou.
Certas coisas, porém, mesmo nas batalhas, necessitam de carinho. O gol é uma delas.
E por carinho, entenda-se capricho. Se quiser desenhado, leia-se qualidade.
Não é que o Vasco tenha se desesperado e abusado dos chutes de fora da área que incomodam mais os gandulas que o goleiro. Não foi isso. Das 35 finalizações do time na partida, 25 saíram em trocas de passes. Vinte e dois deles de dentro da área. Destes, apenas cinco em gol. Somente um nas redes.
Ríos, o centroavante, tentou sete vezes. E acertou apenas um. De longe. Andrey, o volante, arriscou os mesmos sete e mandou três no alvo. Galhardo também tentou as sete, e fez o gol único.
O gol de Thiago Galhardo saiu no único chute dado com doçura ao invés de raiva. O arremate solitário no canto – vide imagem abaixo – entrou tímido, quase que assustado com a rota diferente. A bola, quase constrangida por demorar a achar o caminho. Mas a culpa não era dela. Foi deles.
O tento que o Vasco precisava nos primeiros 45 para dar tranquilidade chegou apenas nos cinco minutos finais. Muito tarde para quem criou desde cedo.
O Vasco foi pra guerra com uma metralhadora, usou toda a munição sem direção e acabou morto por um soldado com uma baioneta.
Galhardo, na saída do campo, classificou o resultado como uma vitória amarga. E foi.
Não pela proximidade da classificação – um gol -, mas pela certeza de que cai para um adversário que produziu muito menos para triunfar.
No futebol, poucas coisas são tão ingratas quanto uma bola sem destino. E o Vasco não foi capaz de dar a ela um.
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